Desenvolvimento cognitivo e motor em portadores de necessidades especiais
A atividade fisioterápica, construindo inicialmente relações do aluno com a terapeuta-educadora, promove mediações com seu ambiente, onde se descobrem objetos de desejo e de prazer. Todo processo de estimulação motora adquire significado na medida em que se articula com toda ação e movimento necessários para realizar as atividades que têm sentido para o aluno.
A interação entre o aluno com limitações motoras e o mundo deve ser compreendida a partir da realidade que ele vive e de seu modo próprio de ver e sentir. Colocar-se no seu lugar, perguntar e saber ouvir quais são os seus desejos, colocar-se no seu mundo e deixar ser levado por ele, criar situações de prazer e de poder, são ações que um terapeuta pode ter e que possibilitam ao paciente o aprendizado daquilo que lhe é necessário e que, ao mesmo tempo, torna-o independente para realizar suas necessidades básicas. A partir da independência e da interação com os objetos, ele pode se apropriar de conceitos e de novos conhecimentos. Entendemos por conhecimento todo o processo pelo qual uma pessoa se relaciona com o mundo. O objeto que proporciona prazer ao aluno é, portanto, um instrumento que o leva a adquirir novos conhecimentos.
Assim, para que alunos com limitações motoras possam estabelecer alguma forma de relação com o mundo é fundamental que a fisioterapeuta, que está auxiliando na ação dos movimentos, coloque-se na busca de compreender a linguagem que este aluno está utilizando para se comunicar. Para isso, é importante entender o objeto que lhe dá satisfação e, partindo deste objeto, o profissional poderá proporcionar o conhecimento de novos conceitos, o prazer da ação e a superação dos limites motores.
Em suma, o fazer fisioterápico é redimensionado e assume a dimensão educativa, na medida em que o fisioterapeuta-educador descobre os desejos do paciente com quem está trabalhando. Necessidades estas que envolvem diferentes movimentos do corpo e que, através destes, o aluno encontra satisfação e vontade de continuar descobrindo outros movimentos e outros prazeres. Deste modo, elabora novos conhecimentos, e da conquista destes conhecimentos passa à conquista de outros movimentos.
Postado por:Aline Spaniol (Fisioterapeuta)
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